PROJETO MAIS QUE UMA VIDA/ TURMA 333 - 3ª SERIE DO ENSINO MÉDIO Noturno
O projeto busca como fonte as novas propostas para o Ensino Médio apresentadas até o momento pelo Mec. Como filosofia da escola busca-se a qualidade do ensino, através do desenvolvimento das ações de forma reflexiva, participativa e humanizadora, transformando-se cada vez mais num espaço de elevação cultural, de apropriação do conhecimento científico, do desenvolvimento integral dos educandos para a convivência social e o exercício da cidadania.
Dessa forma o projeto vem contribuir na formação integral do ser, sendo proposta como eixo norteador para este ano. Os conflitos sociais humanos sempre existiram enquanto sociedade "organizada", períodos sangrentos vivenciados no decorrer dos séculos pela humanidade. A referida proposta educativa é para educar "mais que uma vida", sendo esse ser humano hoje melhor, com isso deixará "outro ser" capaz, dinâmico e gestor de suas emoções para uma sociedade sadia.
Os desafios do Projeto mais que uma vida, conceitua processos formativos, competências, habilidades, precedendo na formação os conteúdos conceituais macros, conteúdos específicos, conteúdos procedimentais, e atitudinais nos bimestres.
No entanto, sabemos que a formação do aluno deve ter como alvo principal a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação
As "máscaras" se criam diariamente. Somos livres para pensar? Pensamos o que queremos e quando queremos?
Acredite sou um SER HUMANO. O EU é o centro da personalidade, o líder da mente, o desejo consciente de nos tornar únicos.
Quem sou eu? Quem somos nós?
( fotos dos educandos da turma 332 - Vespertino - Alguns relatos das vivências, será utilizado pseudônimos, o texto manterá a forma de escrita do educando )
( fotos dos educandos da turma 332 - Vespertino - Alguns relatos das vivências, será utilizado pseudônimos, o texto manterá a forma de escrita do educando )
Sonho: A
aula foi muito boa com uma ideia centralizada, nunca tinha vivenciado isso.
Então achei uma atividade surpreendente. Quando eu contei minha história me
senti muito bem, mais livre e mais leve, foi como tirar um peso das costa,
assim todos ouviram a minha história , saber o que passei e o que você está
vivendo. Quando ouvi as histórias dos outros minhas emoções foram tocadas e vi
que todos passaram por algo difícil, mas todos batalharam para chegar até aqui
e ninguém desistiu. Espero ter mais oportunidades para poder melhorar minha
vida.
Místico: É difícil falar de sua vida abertamente para um grupo de pessoas quando
você as vezes é meio rejeitado, deixado de lado muitas vezes por sua família
simplesmente por ser gay, é difícil você querer se aproximar das pessoas por
amizade e acharem que é com segunda intenções. É ruim você ser quem você
é? Eu agradeço pela atividade feita, tão
boa sabe? É tão libertador você poder desabafar, colocar tudo o que você sente
para fora. É tão bom e um alívio único que só quem sente sabe, é tão bom ter
uma pessoa que além de uma professora é um anjo. Minha vida não é melhor nem pior que a de
ninguém, só sei que sempre levo a cabeça erguida, sem ligar para que os outros
pensam ou falam de mim. Palavras não vão me fazer cair. Só tenho que agradecer
sempre por tudo e dizer que é preciso se amar antes de amar os outros.
Gratidão.
Otimismo: Percebi nos meus colegas que em todos ou a maioria dos problemas
que mais abala o interior são pais, familiares, e acabam procurando refúgio em
bebidas, drogas ou até mesmo relações mal resolvidas e acaba se frustrando mais
ainda, eu digo por mim, pois estou “doente” sentimentalmente e choro toda noite
por fim de relacionamento, por não me aceitar do jeito que sou, o tal amor
próprio. Sinto falta de amor de família, coisas do tipo, digamos que sou bem
“corrente” e acabo depositando todo meu sentimento, depositando esperança na
pessoa e quando não dá certo acabo magoando mais do que devia. Enfim, adorei o
que aconteceu naquela noite e peço pra poder conversar e ter alguém para
desabafar. Obrigada pela noite e ter me proporcionado aquele momento, pois se
continuasse assim iria acabar me matando, de certo modo me aliviou um pouco.
Cordialidade: Nasci na cidade de Palmitos, SC, após nos mudamos para a
cidade de Caibi, SC, até meus 16 anos (1999-2016). Em 2016 fixei residência em
São Miguel do Oeste para morar sozinho, trabalhar, estudar. Reprovei no 3º ano
do Ensino Médio no La Salle Peperi. Agora em 2017, estudo na Escola de Educação
Básica São Miguel, no período da noite. Trabalho em um Petshop. Hoje dia 13 de
março comprei 1 cachorro pastor alemão.
Na minha vida até hoje já aconteceram muitas coisas ruins comigo, sendo
o pior de todos, o afastamento da minha família por culpa das drogas. Segundo a
família do meu pai, eu era um traficante, só pelo fato de vários amigos serem
usuários de drogas. Meus amigos nunca
ofereceram nada e nunca me obrigaram a usar nada, eu usei maconha só por
interesse, usei bastante até chegar o ponto de parar e me perguntar até aonde isso
iria me levar, então resolvi nunca mais usar. Minha família nunca soube disso,
até a minha família me obrigar a fazer o teste toxicológico, mesmo eu jurando
que não usava nada. Então fiz o teste e deu negativo. Depois disso me afastei
da minha família. Hoje minha família é mais próxima de mim, mesmo assim eu não
gosto muito deles, mas fazer o que né, não escolhi em que família nascer, e eu
aceito isso.
Tolerante: Minha história até hoje não tenho muito que dizer. Acho que
as pessoas não podem reclamar do que passaram ou que passou, pois devemos
pensar positivamente, há muitas pessoas que estão nas mesmas situações ou até
pior. Nos meses que minha mãe de mim, levou um coice de um porco que meu pai
estava carneando, no instante foi aquela preocupação, aos 2 anos de idade,
ainda não falava, aos 4 anos comecei a falar, mas não tão bem como meus amigos,
até aos 10 anos levei para pronunciar corretamente o “R”. Não tenho nada
para reclamar, comecei trabalhando bem cedo, o que tenho hoje não dependi de
ninguém, foi difícil, mas gostei, valorizo o que eu tenho, porque sei o quanto
custa, quanto suei para ter.
Eficiência: Minha infância foi boa. Minha adolescência foi
conturbada, pois minhas companhias não eram muito boas. No 8º ano era
antissocial, sumi do mundo, perdi amizades, mudei bastante, amadureci, desisti
de estudar por conta de problemas, voltei estudar em 2017, pretendo fazer a
ESSA, minha CNH, comprar uma moto.
Confiança: Tive uma infância sofrida, comecei trabalhar
muito cedo ajudando minha mãe e meu pai, ele sempre chegava em casa
bêbado, brigando, quebrando tudo dentro
de casa, durante a noite, porque de dia nunca estava em casa, quando completei
10 anos meus pais se separaram, eu fui morar com a minha mãe, mas não durou
muito a separação, porque meu pai começou a beber mais e comer menos, ele
estava sempre sozinho, também começou ficar fora da casinha, começou imaginar
pessoas ao redor da sua casa, até que um dia elevou muito e ele teve que ser
internado, daí minha mãe resolveu voltar a morar com ele, depois que ele
melhorou, já estava em casa novamente, começou a beber de novo, minha mãe
resolveu internar ele novamente, mas não resolveu nada, e isso foi repetindo
diversas vezes, até que um dia ele sofreu um acidente, ele teve que fazer uma
cirurgia, retirando um órgão do corpo, melhorou e voltou novamente beber, anos
se passaram, ele teve mais uma acidente de trabalho, dizendo que foi totalmente
culpa minha, fez outra cirurgia, melhorou e voltou novamente a beber, não
trabalhava mais, e voltava acontecer tudo novamente, até que um dia ele
procurou tratamento por conta própria, fez tratamento 3 meses e faleceu no início deste ano.
Participação: Nasci em
02 de maio de 1997 no município de Descanso, minha infância foi boa, morei no
centro da cidade com minha família, lá na minha rua conheci meus melhores
amigos, crescemos juntos e as amizades continuam repleta de brincadeiras, nos
divertimos, andamos de bicicleta, construímos pista de no meio do mato e nos
aventurávamos com as nossas Bikes. Mais tarde quando estava na juventude,
aconteceu meu primeiro acidente, numa tarde de quarta-feira por volta das
15:35, fui atropelado, caí com a cabeça
e desmaiei, não lembro mais nada, logo fui acordado e melhorei. O tempo passou e comecei trabalhar na
mecânica por 3 anos como auxiliar de mecânico, tinha um sonho de ser militar,
completei meu 18 anos e me alistei, veio a oportunidade de servir o Exército
Brasileiro, no início foi sofrido, mas grandes amizades foram surgindo,
verdadeiros irmãos de fardas, aprendi muito a cumprir horários, participei de
várias missões, uma que marcou para a vida toda, a guarda fúnebre em Chapecó do
acidente da Chapecoense, foi difícil aguentar, dor, chuva gelada, grande missão
cumprida. Logo após me envolvi em outro acidente, um carro bateu, acabei com 5
pontos nos cotovelo e 7 pontos na perna, fiquei internado na enfermaria do
Exército por 20 dias, logo veio a primeira baixa, e foram grandes amigos, buscava enganjamento,
mas fui embora na segunda baixa com honra ao mérito e certificado de
reservista.
Sutileza: Minha infância foi muito boa, pois também muito cruel, meu pai foi
caminhoneiro e ficou muito tempo na fazenda trabalhando e minha mãe traiu meu
pai, pois ela se sentiu muito sozinha, algum tempo ela foi minha mãe e meu pai,
nunca me faltou nada, mas faltou meu pai, ele sempre foi ausente. Minha mãe e
meu pai se separaram e decidi ficar com minha mãe, fomos morar em Tenente
Portela/RS, um certo dia minha mãe foi tomar banho e meu padrasto bateu na
minha mãe até ela desmaiar, eu achei muito estranho o que estava acontecendo e
liguei pros meu familiares, eles não fizeram nada para ajudar, foi passando
algum tempo e sempre eles brigavam e minha mãe apanhava, no decorrer do tempo,
minha mãe cansou e ligou para minha nona
e ela mandou meu tio vir buscar ela para passar um tempo longe dele, mas ele
veio atrás e bateu na minha tia, prima, e na minha nona, minha mãe se separou
dele, eu sofri muito vendo minha mãe apanhar, foi difícil mas superei.
Compromisso: bom não tenho muita coisa a relatar sobre a
minha vida, não tive uma boa infância, ou infância feliz como algumas crianças,
pois desde bem pequena vi meu pai beber e maltratar minha mãe e meus
irmãos, eu como não tinha força e nem
tamanho, não tinha como defender ninguém. Trabalhei na roça, ajudava meus pais
no cultivo, muitas vezes era lá que tirávamos nosso sustento. Fui crescendo e
já entendia tudo o que estava acontecendo ao meu redor, vendo que era real o
monstro da história, pois não podia acreditar que quem eu considerava como um
herói se mostrou um vilão terrível. Tive tantos traumas psicológicos, mas até
hoje as palavras mais árduas que já escutei vieram do meu pai. Ele chegou em
casa as 2 horas da madrugada, fez minha mãe sentar na mesa, se deitou no sofá,
me ajoelhei ao seu lado, neste momento ele começou a me dizer de como mataria
minha mãe, isso doeu muito pra mim, tenho pesadelos com isso. Mas enfim,
passamos muitos anos apanhando e sofrendo nas mãos dele, até quando eu
completei 14 anos, tirei minha mãe de casa, somente com a roupa do corpo, sem
destino, parei de estudar um ano para poder trabalhar e ajudar ela, e assim
refizemos nossa vida, hoje tenho 17 anos, trabalho, estudo, tenho vários sonhos
e continuo ajudando minha mãe, hoje em dia, mesmo com mágoas tenho uma relação
boa com meu pai e amo todos que me ajudaram, sou a caçula da casa de 6 irmãos,
faço de tudo por todos eles, mesmo tendo problemas sérios com alguns. Um pouco
d a minha história.
Apoio: bom à aula foi muito boa, pois cada um ficou
sabendo um pouco do outro, das suas vivencias, das suas dores e alegrias e
assim cada um ficou mais sensitivo com o outro e amigo, a experiência comigo
foi muito boa, pois consegui me expressar com meus colegas de um jeito que
nunca tive oportunidade, eles souberam um pouco mais de mim, é muito bom
conseguir desabafar e sentir tão leve,
ver quem realmente está ao seu lado. Contei minha história a partir do meu
nascimento, das dificuldades e complicações que tive na infância, nas coisas
precárias, dos meus familiares que sempre estiveram ao meu lado, outros que não
faço nem questão de ter ao meu lado. Eu digo que devo a minha vida e a minha
felicidade ao ser que me gerou, minha mãe.
Por ela eu faço e agradeço sempre.
E meus colegas saberem disso foi bom, pois assim todos sabem minhas
dores e alegrias.
Ação: eu não tenho nada a reclamar da minha vida, pois
tudo o que passei eu chamo de experiência, na verdade eu não lembro nada de
ruim que passei, pois essa parte chamo de aprendizado e as demais coisas
esqueço.
Iniciativa: sobre o encontro na segunda-feira, achei super
interessante e importante, bom para várias pessoas que estão entre nós todos os dias, além do mais não sabíamos o
que eles passaram ou passam até hoje. Entendi que os meus problemas não são
maiores e nem menores que os dos outros,
podemos nos libertar e mudarmos sim. Hoje
me dia vemos várias pessoas com dificuldades na vida, na área espiritual ainda
mais, várias pessoas convivem com a triste depressão, se sentem sozinhas e
precisam ainda mais de um ombro amigo e de alguém para ouvir seus problemas e
desabamos. Nunca tive essa experiência, e também nada parecido na escola, isso
que me surpreendeu demais. Nos aproximamos mais, isso foi bom.
Imediato: foi uma aula diferente onde alguns se
expressaram seus sentimentos, muitos se emocionaram com as histórias de vida
dos outros. Pois foi uma aula muito dramática com história de vida dos colegas.
Linda: eu adorei a aula,
porque consegui falar tudo o que estava sentindo, foi uma noite muito boa, pois
podemos falar um pouco das nossas vidas,
conseguimos saber um pouco mais da vida dos colegas e conhecê-los melhor. Minha
vida melhorou muito depois daquele dia, os dias ficaram melhores, pois pude me
abrir e sentir que todos escutaram, quando eu contei a minha história. Obrigada
pela aula, aliviei muito.
Incrível: Só tenho
agradecimento pelo momento, veio acrescentar na minha vida, porque isso estava
preso em mim e muito tempo, porque não tive coragem nem vontade de desabafar,
precisava muito daquilo. Não sei o que aconteceu para que tudo aquilo viesse à
tona, acredito que estava muito carregado, já me sinto melhor depois daquele
momento. Agradeço pela oportunidade, tenho certeza que faria mais vezes se
possível.
Retidão: Minha experiência foi de alguma forma
gratificante, senti mesmo com uma tensão em meu corpo, uma liberdade de alma,
me senti acolhido com olhares atentos que pareciam me acomodar e me entender.
Eu gostei da experiência mesmo que tenha sido algo intenso.
Luta: gostei muito de ouvir as histórias dos meus
colegas, algumas muito tristes, realidade que vivemos hoje em algumas famílias,
muito importante saber que pessoas passam por coisas assim todos os dias, o
certo era ajudar cada uma delas, no meu caso não passei por dificuldades tão
grande como as histórias dos meus colegas, mas passei situações ruins, no
quartel sofri muito, passei frio, dias
que não gosto nem de lembrar.
Constância: Bom, achei uma aula diferente, o início do
projeto foi ótimo e teve uma energia muito diferente da vivenciada diariamente,
muitas vezes um ar pesado, mas muitas pessoas aliviadas. Eu sou uma pessoa de
muito sentimento apesar de não demonstrar, amo ajudar as pessoas, uma parte da
minha vida passei ajudando os outros, sempre fui de dar conselhos apesar de nunca me importar comigo mesmo, hoje em
dia já me importo um pouco, mas sempre que posso aconselho os outros. Espero
ter mais aulas desse tipo, achei interessante, apesar de não ter contado minha
história para a roda, acho que não teria algo tão forte quanto os demais lá.
Rigor: O momento da partilha foi algo magnífico, assim
cada um passou a conhecer o outro de uma forma em que ninguém sabia, podemos
dizer que a união faz a força, ganhei apoio das pessoas após esse momento que eu nem esperava, me
senti mais livre, mesmo não tendo como contar tudo até o final. Espero que as
portas se abram e que a vida me proporcione mais momentos assim.
Trabalhador: Nessa aula que fizemos a roda percebi que a
minha vida foi difícil, tem que ser enfrentado sozinho, não vou contar minha
história pelo fato de ser muito complicada, é difícil, mas consegui esclarecer
coisas que aconteceram, foi uma ótima aula e vimos que cada um tem um peso, uma
bagagem de vida.
Sonhadora: Eu gostei muito, achei uma aula diferente.
Conhecemos os colegas ou ao menos parte da vida deles. Ouvi e entendi o que
cada um falou e sofreu, foi muito intenso, eu sou muito sensitiva, sensível
demais, senti coisas que eu não sabia
que existiam. Pra mim a aula foi maravilhosa, agradeço muito por isso, me
conheci e conheci as pessoas com quem convivo todos os dias.
Quietude: Bom, eu achei muito bom à dinâmica, pelo menos me
ajudou muito, me senti mais leve, me senti como um pássaro que acabou de se
libertar da gaiola. Foi muito bom poder desabafar, poder ouvir e conhecer um
pouco mais a história de cada um, eu espero que essa aula tenha ajudado todas
as pessoas que estavam lá. Eu gostaria muitíssimo que houvesse vários outros
momentos como este. Sou muito grata à professora por ter me ajudado de alguma
forma.
Solitário: Sobre o encontro
eu achei bem legal e interessante, é uma forma nova de tratamento espiritual,
aonde quem participa se sente muito bem, é como se tirasse um peso das costa.
Bondade: Gostei muito da
aula, para quem achava que sofria sozinho, ou que só ele ou ela tinha problemas
na vida, teve a noção que todos temos problemas, e todos passamos por
dificuldades diferentes ou parecidas, mas notaram que todos somos iguais até
mesmo nas dificuldades, observamos que devemos respeitar mais para olharmos com
ternura para o outro para podermos nos entender realmente como somos.
Ser de luz: Profe, gostei
muito daquela aula porque ela retrata nossa vida e os colegas que não
conhecíamos. Eu não tive a coragem de falar, contar a minha história. Vou
contar uma parte dela. Quando tinha 2 anos de idade meu pai e minha mãe me abandonaram,
mesmo que eu fosse uma criança, lembro exato que aconteceu, minha mãe me
deixando, não sei como consigo lembrar, tenho essa magoa no meu peito que
muitas vezes me engasga de falar, passei esse tempo todo sem saber o que é um
abraço de pai e de mãe. Minha razão de estar aqui são meus avós.
Renascido: Foi muito bom
para limpar a alma, poder ver que seus problemas não são nem maior e nem menor
que os dos outros colegas, perceber o momento presente, saber que as pessoas
são fortes, em muitos momentos em sua vida onde você quem sabe não conseguiria
suportar, esquecer e limpar a alma, renascer, ter uma outra visão pelo jeito de
viver, pelo jeito de tratar as pessoas e
seus problemas, sua família e seus amigos.
Vivendo: gostei da aula, do
projeto e espero ter mais aulas como essa. Acredito que as aulas vai ajudar
muitas pessoas a se sentirem melhor.
Abraço: Achei bem profundo,
no começo eu não estava sentindo vontade de participar, até no momento que
abracei o “índio”, aí percebi a energia, percebi que o meu problema não é maior
que o do outro.
Sincero: Aproximei de
pessoas, resolvi problemas que pareciam impossível, vi que não vale a pena
insistir em algo que não tem sentido, aprendi me valorizar, aprendi a conhecer
a história, enxuguei lágrimas, sentimentos, amizades verdadeiras continuam,
amigos em qualquer situação, amizade e amor vem quando você menos espera, não
desistir da primeira vez, dificuldades todos tem, com amizade superamos tudo.
Herói: aula ótima, pois
acabei conhecendo a vida dos outros e percebendo que as aparências enganam,
pois atrás de uma pessoa sorridente, alegre, talvez tenha uma alma, um corpo
sofrido precisando de ajuda para falar com alguém, com falta de carinho, amor,
afeto, um momento para pensar na vida, que fez no passado, concertar o
presente, antes que seja tarde. Cada história contada pelos colegas, algumas se
encaixaram na minha, vivenciei mentalmente cada uma, sobre o que meus pais
falavam no tempo deles, quando criança, adultos, problemas, dificuldades,
vitórias, e a minha também, tudo conquistado até agora, o que poderia ter feito
melhor, oportunidades perdidas que eu sei que não voltarão mais. Isto deve ser
continuado em outras oportunidades... tudo na vida é uma escola de aprendizado.
Fada: Quando nasci minha mãe
conta que eu tinha quase falecido, pois tinha inchado meu corpo, não sabem
dizer se era alergia, pois ela não concluiu a história. Minha infância não foi
das boas, nunca tive amigos na escola e nem em casa, sempre me senti sozinha,
sozinha não, com os meus cachorros. Com 9 anos tivemos uma tragédia, meu pai
faleceu, um homem bom, honesto, trabalhador, sofremos muito, entremos em
depressão, passamos necessidades, mas logo foi se encaixando tudo, minha mãe
quase faleceu, entrou em coma 2 vezes, por conta da diabete que ela tem, meus
irmãos foram casando, sofremos mais ainda, logo saí também de casa, não consigo
sorrir, escondo minha tristeza, no meu trabalho pisam em mim, isso dói, não
consigo ser feliz, um pouco sim ao lado do meu namorado.
Sabedoria:
Foi uma ação maravilhosa, corajosa por parte da
professora, pois tinha muito preconceito com esse trabalho. Para mim era uma
coisa que foi extremamente necessária, pois ali conhecemos algumas histórias de
pessoas que convivemos todos os dias. Não contei minha história, pois não me
senti a vontade pra contar meus problemas, tenho vergonha de chorar na frente
dos colegas. Minha história não foi a mais fácil, mas ouvindo, não foi a mais
difícil, aprendi isso nessa noite. Não consigo confiar em ninguém, perdi pessoas
que confiava a um tempo atrás, depois disso cada decepção se tornou mais
insuportável, não tinha a quem recorrer e resolvia sozinha, isso tudo que vivenciamos, mexeu comigo.
Muito obrigada professora.
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